O técnico Tiago Nunes, ex-Atlético, ele conhece bem os dois adversários que o Brasil enfrentará nesta rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo. O treinador tem experiência no futebol peruano, onde comandou o Sporting Cristal, e atualmente está na Universidad Católica, no Chile.
Para ele, o Brasil enfrentará desafios consideráveis, apesar das diferenças de qualidade técnica entre os países.
“Acho que as três seleções, principalmente do Brasil, estão passando por uma transformação geracional. Nos acostumamos muito com as gerações desde 1982, até antes. “, disse ele ao UOL.
Na quinta-feira (10), o Brasil visita o Chile em Santiago. Tiago Nunes alerta para o ambiente difícil que a equipa irá enfrentar, já que o adversário está sob enorme pressão devido aos recentes resultados negativossendo que o estádio lotado e a motivação do adversário devem tornar a partida extremamente disputada.
“O Brasil pode levar vantagem dependendo do ambiente, porque a seleção chilena sofre muita pressão por resultados. Sempre tem essa sombra de comparação com essa geração que já comentei algumas vezes, então é inaceitável, publicamente, para O Chile deve estar nesta posição na tabela, mas tem um grande treinador, porque Ricardo Gareca é um profissional muito capaz e está tentando encontrar uma formação melhor”, disse.
Ele destaca ainda que, embora as seleções chilena e peruana enfrentem desafios semelhantes aos do Brasil em termos de renovação, essas equipes estão bem organizadas defensivamente, o que pode tornar os jogos ainda mais complicados, mesmo com os dois adversários na parte inferior da tabela. .
O técnico explica que o futebol brasileiro historicamente se acostumou a ter gerações extraordinárias de jogadores. “Não estava acostumado com Romário, Bebeto, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Kaká, todas essas estrelas. Sentimos um pouco de falta nesta quarta-feira (9) de conhecer jogadores que possam manter o Brasil no nível a que sempre esteve acostumado.”
Tiago Nunes destaca as mudanças no futebol chileno
Fazendo um paralelo com o futebol chileno, Nunes destaca que a famosa “geração de ouro” do Chile, responsável por grandes conquistas, também está envelhecendo, e a dificuldade de encontrar novos talentos para substituí-la é um verdadeiro desafio para o país. No Peru a situação é semelhante, principalmente depois do sucesso de 2018, quando a seleção conseguiu a classificação para a Copa do Mundo sob o comando de Ricardo Gareca.
Por outro lado, o treinador reconhece o talento dos atuais jogadores brasileiros, como Vini Júnior, Rodrygo e Neymar, que, quando recuperado, é um dos melhores do mundo. No entanto, ele acredita que muitas dessas estrelas ainda precisam provar o mesmo nível de desempenho na seleção nacional e em seus clubes.
“É claro que temos estrelas, acho que o que falta nesta quarta-feira (9) é que essas estrelas possam se confirmar no ambiente da Seleção Brasileira. Acredito que o Vini Júnior é um jogador, acredito que o Rodrygo é um jogador com bola, acredito que o Neymar, obviamente, está lesionado, é inegável, ele é um craque. Temos jogadores na linha defensiva que são craques na posição também na seleção.
Ele até compara com a situação vivida por Lionel Messi em seu país. “A Argentina tinha essa expectativa em Messi e Messi era criticado dia e noite porque não representava na seleção o que representava no clube. jogadores, com mais detalhes, em ambiente de seleção”, explica.
Ele ainda acredita que o Brasil vive um momento semelhante ao que a Argentina passou antes de conquistar o título mundial de 2022.. A seleção argentina, vencedora da Copa do Mundo de 1986, enfrentou um longo período de falta de títulos mundiais, e esse intervalo de quase quatro décadas é um claro exemplo de como pode levar tempo o processo de renovação e consolidação de uma nova geração de talentos.
Treinador fala sobre a situação atual da Seleção Brasileira
Para Tiago Nunes, o Brasil passa por algo semelhante e pode precisar de dois ciclos de Copa do Mundo até que uma nova geração se consolide e devolva o país como protagonista no cenário internacional.
“É um processo longo e difícil que vamos ter que suportar, desde poder ter uma nova geração, uma safra de dois ciclos, quem sabe, uma Copa do Mundo, até estabelecer uma nova geração para podermos voltar para ser um time referência para o mundo inteiro E falei da comparação com o Peru e o Chile, porque aqui também acontece a geração de ouro chilena, essa geração também envelheceu, e num país bem menor. É muito mais difícil para o Brasil encontrar jogadores para substituir esta geração, assim como o Peru”, finaliza.