quinta-feira, novembro 21, 2024

Protesto anticensura no Brasil atrai multidão

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Milhares de manifestantes se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, no sábado, 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, para protestar contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e exigir seu impeachment.

Vestidos com as cores nacionais verde e amarelo, os manifestantes expressaram suas preocupações sobre a liberdade de expressão e supostos excessos judiciais. Entre as vozes proeminentes estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro e várias figuras políticas de direita.

Bolsonaro, que continua no centro das atenções políticas apesar de ter sido declarado inelegível para o cargo pelo tribunal eleitoral do Brasil, fez um discurso defendendo a anistia dos presos após os tumultos de 8 de janeiro em Brasília. Ele expressou confiança de que sua inelegibilidade seria anulada pelo Congresso do Brasil e também reiterou seu apelo pelo impeachment de Moraes, a quem ele se referiu como um “ditador”.

“Espero que o Senado ponha um fim a Alexandre de Moraes, esse ditador que fez mais mal ao Brasil do que o próprio Lula”, disse Bolsonaro. Ele criticou o juiz por ultrapassar os limites constitucionais, pedindo que o Senado brasileiro interviesse.

O que dizem os políticos

O líder religioso Silas Malafaia estava entre os palestrantes, listando o que ele descreveu como ações criminosas de Moraes, incluindo violações da liberdade de expressão e do devido processo legal. “Alexandre de Moraes tem que sofrer impeachment e ser mandado para a prisão. Criminosos pertencem à prisão!”, Malafaia exclamou, sob aplausos da multidão.

Vários políticos ecoaram seus sentimentos, colocando parte da culpa no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por atrasar o processo de impeachment contra Moraes.

A manifestação, que se estendeu por oito quarteirões da cidade, foi marcada pela presença de figuras importantes do cenário político conservador brasileiro, incluindo Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e parlamentares federais.

Alguns participantes expressaram sua gratidão a Elon Musk, dono da plataforma de mídia social X (antigo Twitter), por contestar ordens judiciais emitidas por Moraes para restringir conteúdo e usuários na plataforma.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente, enfatizou a necessidade de defender a liberdade de imprensa, acusando Moraes de mirar veículos de mídia conservadores. Ele elogiou Musk por seu comprometimento com a liberdade de expressão e pediu aos participantes que continuassem lutando por seus direitos.

Veja também:  Moraes manda peritos da PF avaliarem resposta de X sobre transmissões ao vivo de perfis bloqueados

O evento também atraiu participantes internacionais, incluindo o jornalista americano Michael Shellenberger, conhecido por seu envolvimento na versão brasileira das revelações do Twitter Files. Ele falou à multidão, alertando que as táticas de censura empregadas pela administração de Lula e Moraes poderiam se espalhar globalmente.

“Ao proibir X, Lula e Moraes se revelaram ditadores”, disse Shellenberger. Ele pediu à comunidade internacional que apoiasse a luta do Brasil pela liberdade de expressão.

Impulso pelo impeachment de Moraes cresce após proibição de X no Brasil

O ímpeto por trás do protesto de 7 de setembro cresceu após a plataforma de mídia social X ter sido bloqueada no Brasil, com uma multa de R$ 50.000 imposta a qualquer pessoa que acessasse a plataforma de Elon Musk via VPN (Virtual Private Network).

Essas medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes na semana passada e mantidas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal na segunda-feira.

Essas ações foram amplamente vistas como um ataque à liberdade de expressão. Junto com outras decisões polêmicas de Moraes, incluindo o bloqueio de contas da Starlink, a censura de perfis conservadores nas redes sociais, as prisões de 8 de janeiro de 2023 e a investigação de fake news, elas têm alimentado um impulso crescente por seu impeachment, que deve ser formalmente submetido ao Senado na segunda-feira (9).

Em resposta à proibição do X, Musk lançou uma conta chamada “Alexandre Files” na plataforma, onde começou a publicar as ordens do ministro instruindo a empresa a bloquear perfis conservadores.

Musk argumentou que essas diretivas eram ilegais, pois equivaliam a uma restrição prévia. “Fomos forçados a divulgar essas ordens porque o tribunal opera sem transparência, e aqueles que estão sendo censurados não têm meios de apelar. Até mesmo nossos próprios apelos foram ignorados”, afirmou o empresário.

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